segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Tem pisado em tantos palcos, não se adequa a nenhum, sim a vida tem sido uma peça teatral, tudo faz parte da ficção, nada tem sentido real, até os sentimentos são duvidosos... Depois de muito tempo voltou a ouvir O Teatro Mágico, as primeiras músicas trouxeram novamente vida, pulsação acelerada, não de alegria, não por lembranças boas, sim por dor, por choro, mas ao menos a vida voltou ao corpo que perambula por aí... Mas logo tudo foi absorvido, passou a ser parte da massa amorfa... Ser que vaga pelo nada, sem nexo, sem rumo, sem expectativa, pisa em vários palcos, contracena, sobrevive na ficção que acha que pode chamar de vida, atua, reproduz... Desligou-se de tudo que pudesse lhe causar sofrimento, fechou-se, protegeu-se para que não mais senti-se dor como aquela de pouco tempo atrás... Nesses palcos que atua, tudo é surreal, não tem inspiração para nada, não se entusiasma, não tem perspectiva, caminha sem direção, nada almeja, ou talvez esteja a esperar a morte... Ah, a morte, talvez está esteja a espreitar a tempo, esperando só mais um deslize, ou talvez tenha decidido só observar os passos da massa amorfa... Um ser que a pouco brilhava, buscava, lutava, agora decidido só a seguir até onde o que resta de si se dissipar...

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