domingo, 27 de novembro de 2011

Acordou às seis da manhã como todo dia, tudo se tornou uma eterna rotina... Realizou as mesmas coisas de sempre, no mesmo tempo, sem precisar de cronômetro... Mas um dia de vida, sem vida, que começa... Os “bons dias” de sempre, acompanhados do mau humor, hipocrisia, desapego... Ah como as coisas mudaram! Como as pessoas são diferentes, rostos sombrios, insegurança, onde está a compaixão?

Não são só os outros que o incomodam, ele é o incômodo... Parece confuso, distante, sozinho... A sensação de desamor, talvez isso seja o que lhe causa maior angústia... Sabe que ainda existem muitos motivos para ser feliz, só não entende porque não consegue... Nada tem o encantamento de antes, seus livros, suas músicas, seus filmes, estão todos empoeirados nas prateleiras do passado, abandonados no tempo...

Prossegue como massa amorfa... Fúria... Irritado, irritante... Vê inimigos e não consegue reconhecer o pior deles, ELE!

domingo, 13 de novembro de 2011

O Desengasgar, O Vômito e a Cólera

Edvard Munch, O grito

"Escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta." (Caio F.)

Talvez tudo seja uma constante alucinação. Despedidas, abandono, solidão... Velhas angústias que insistem em rodear. Os pesadelos constantes que se dissipam para a insanidade do dia. A lembrança do que amedronta... O nó na garganta que nunca se desfaz, decepções, seguidas decepções, comigo, com você, com o mundo... Aqui todos são culpados!!! Sim, você também tem a sua parcela de culpa! Magoa, despreza, ignora... Quero arrancar-te de mim, puxar suas raízes venenosas, mas você as fixou muito bem, e quando as puxo se alastram ainda mais, talvez não exista solução, talvez me consuma até o fim... Não tente abster-se da culpa fingindo que eu não falo de você. Lembre-se de tudo o que fez, não seja um ser ainda mais egoísta, hipócrita... Não gaste suas palavras dissimuladas comigo, use-as para manipular outra mente...
Há tanta mágoa consumindo...
Tenho suportado essa hipocrisia a tempos, chega de farsas, de “sorrisos amarelos”, chega de “bom dia”, a verdade é que a tempos desejo que seu dia seja o que você realmente merece. Que seu dia seja o reflexo da destruição que você faz ao meu dia, que prove do ácido que oferece aos outros dizendo ser mel.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Flor de ir embora...


Tentativas de mudanças, sem lamentações, sem tanto sofrimento, sem textos... Abandono de um blog como marco do fim da acomodação e início de muitas transformações, ou talvez só a busca pelo que foi ficando no caminho... Momentos de reflexão, de relembrar como é bom a companhia dos amigos, seja na chuva fina que caía na praia, nos passeios de bicicleta, no breu rompido apenas pelas luzes alucinógenas de nossas lanternas... Reunir a família, saudades e abstração... Voltar a rotina, mas qual rotina? Não será a mesma! Uma cadeira vaga no estacionamento pela manhã, sem compras depois das aulas, sem All Star branco, sem livros estranhos, flores de fuxico, picolé de limão, apelidos criativos... A separação chegou antes do esperado, equipe multi incompleta, falta a personagem dos contos, do desenho, do filme mesmo que ele seja de terror... Uma voz me dizendo que “as vezes as coisas boas são também ruins”... A partida em busca de novas realizações, a despedida sofrida dos que devem aqui ficar... Ficamos com o velho "muro das lamentações”, sentados em sua sombra ouvindo a melodia que um dia neste mesmo lugar você revelou...


Flor de ir embora
É uma flor que se alimenta do que a gente chora
Rompe a terra decidida
Flor do meu desejo de correr o mundo afora
Flor de sentimento
Amadurecendo aos poucos a minha partida
Quando a flor abrir inteira
Muda a minha vida
Esperei o tempo certo
E lá vou eu
E lá vou eu
Flor de ir embora, eu vou
Agora esse mundo é meu
(Fátima Guedes)

E ele é todo seu Ana!!!